O que faz um agente de carga?
9 de junho de 2022O futuro do comércio exterior
30 de junho de 2022Importar da China é, sem dúvidas, uma das melhores opções para quem deseja lucrar com a venda de produtos de todas as vertentes imagináveis. Se olharmos para trás, desde a década de 70, após a China reatar relações econômicas com outros países do globo, houve um boom econômico e comercial no país.
O sucesso econômico da China nas últimas décadas, deve-se a uma boa gestão governamental, fundamentada por investimentos em infraestrutura de ponta e exportações. Para se ter noção das proporções que a máquina de exportação da China tomou, dados informam que, aproximadamente, 41% dos notebooks e 70% dos celulares vendidos no mundo, são produzidos em território chines.
Devido a vasta quantidade de mão de obra humana e constantes investimentos nos setores ligados à exportação, a maioria dos produtos chineses possuem valor muito inferior ao de outros mercados internacionais.
Aqui no Brasil, por exemplo, mesmo com todas as burocracias e custos de processos logísticos presentes na importação, o valor final de compra acaba sendo, em boa parte dos casos, inferior à compra do produto no mercado interno, permitindo uma margem de lucro elevada e preço de venda mais atrativo para o consumidor, sendo este, um grande diferencial competitivo frente à concorrência.
Mas, como em todo processo logístico, especialmente no Brasil, existem uma série de burocracias presentes em toda a cadeia de importação, desde a escolha dos fornecedores, até o recebimento das mercadorias. Neste artigo, vamos compartilhar um pouco mais sobre como começar a importar legalmente da China.
Burocracias e processos de trâmite
Na importação, há uma análise geral de todos os procedimentos na qual a mercadoria comprada é submetida, e chamamos este processo de tratamento administrativo. O processo inicia-se quando é feita a escolha da classificação fiscal (NCM) do produto importado, e depois, passando por análises e anuências que devem ser realizadas pela SECEX ou pelos outros órgãos e agências governamentais (órgãos anuentes).
A NCM, Nomenclatura Comum do Mercosul, é uma das informações mais importantes no âmbito fiscal e aduaneiro. A utilização da mesma é obrigatória (e imprescindível) e serve para fins estatísticos e tributários na hora de importar.
A partir do código da NCM, é possível determinar quais os tratamentos administrativos cabíveis e se há redução ou suspensão de tributos. É também, através dele, que as alíquotas de II (Imposto de Importação), IPI (Imposto sobre produtos industrializados), PIS e COFINS são determinadas.
O sistema administrativo brasileiro de importações abrange 3 modalidades, que são:
- importações dispensadas de licenciamento;
- importações sujeitas ao licenciamento automático;
- importações sujeitas ao licenciamento não automático.
No licenciamento automático, são alocadas mercadorias relacionadas ao tratamento administrativo do Siscomex para simples consulta e aquelas que chegam sob o regime especial de drawback.
Já no licenciamento não automático, os produtos indicados devem ser examinados previamente por órgãos anuentes.
Se a licença de importação for concedida, os dados são transferidos automaticamente para a DI (declaração de importação), e o importador terá 90 dias para embarcar a mercadoria ou solicitar o despacho aduaneiro, e mais 90 dias de validade total, totalizando 180 dias entre embarcar e utilizar a LI.
A DI é o documento mais importante do processo, já que comprova efetivamente a autorização da operação. A DI deve conter informações, como:
- importador;
- meio de transporte utilizado até a chegada do produto;
- características da carga;
- forma de pagamento;
- dados do fornecedor;
- valor aduaneiro;
- Incoterms;
- tributos e câmbio aplicados.
O importador deve apresentar uma via da DI na Receita Federal com o conhecimento para transporte de carga original. Ela deve conter os dados dos itens despachados, a fatura disponibilizada pelo exportador, com as mesmas descrições dos produtos. Além disso, ainda podem ser exigidos outros documentos referentes às especificações da mercadoria.
É importante ressaltar, que caso sejam identificados erros em algum dos processos envolvidos, as penalidades podem ser severas, desencadeando grandes prejuízos inesperados ao importador. Portanto, é primordial que estas etapas da importação sejam feitas por um profissional capacitado, pois tais tarefas exigem muita experiência e conhecimento do sistema de comércio exterior brasileiro..
Logística
A logística da importação é primordial, pois interfere diretamente no valor final da revenda e na velocidade do trâmite das mercadorias. Nesta etapa, recomenda-se, novamente, que seja realizada por um profissional de comércio exterior, pois é necessário analisar qual o melhor modal de transporte e outros processos relevantes.
Se o produto está dentro de seu tempo de necessidade de recebimento e distribuição, a melhor alternativa é optar pelo transporte marítimo. Por outro lado, se houver urgência no recebimento dos produtos e distribuição para atender a uma demanda atípica, o melhor é optar pelo transporte aéreo. Entretanto, vale frisar que o valor de frete internacional aqui é bem mais caro que no transporte marítimo.
Também é interessante firmar contratos de médio à longo prazo com a empresa de logística de sua escolha, afinal, eles podem contribuir para criar laços de confiança entre ambos.
Com a cobertura de um contrato legal, é possível acionar o prestador sempre que necessário enquanto o contrato estiver vigente e, assim, ter um parceiro que aprenda sobre o seu negócio, podendo lhe atender de forma mais eficiente e econômica.
Como escolher fornecedores?
Para escolher fornecedores é essencial realizar muita pesquisa baseada nos fatores que você considera essenciais para ter bons resultados nas vendas. Preço, qualidade do produto e comprometimento do fornecedor com a entrega.
Não existe um método ideal para tal tarefa, afinal, existem diversos sites e lojas virtuais que contam com diversos fornecedores chineses.
A melhor estratégia, é pesquisar muito, buscar informações sobre a empresa, feedback dos consumidores, solicitar amostras (algumas empresas cobram por elas) e realizar uma primeira compra do produto escolhido para analisar sua procedência e qualidade.
Sites como AliExpress, Banggod, DealExtreme e Alibaba são ótimos marketplaces para buscar fornecedores. Todos fornecem diversas informações, feedbacks e avaliações sobre o fornecedor e produtos.
Pronto para começar a importar?
Esperamos que este artigo te ajude a começar seu negócio de importações da China. Lembre-se, essa etapa exige muita atenção, dado que é o que vai determinar a qualidade dos produtos que você escolher. E se tiver alguma dúvida, ou precisar de uma forcinha na hora de começar a importar, entre em contato com um de nossos consultores, e iremos ajudá-lo!
Referências
https://www.remessaonline.com.br/blog/como-importar-produtos-da-china/amp/
https://exame.com/bussola/sete-dicas-para-pmes-que-desejam-importar-da-china/
https://forbes.com.br/forbes-money/2021/06/china-se-prepara-para-assumir-a-lideranca-mundial/
Documentário Netflix: História – Direto ao Assunto – Ep. 3 – Ascensão da China
Material do curso Importador Lucrativo
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