A China é disparado o maior parceiro comercial do Brasil, tanto na importação, quanto na exportação. Os números são prova disso, afinal de janeiro a outubro deste ano o Brasil vendeu mais de 77 bilhões de dólares a China, enquanto no mesmo período compramos mais de 38 bilhões.
No entanto nos últimos meses, alguns segmentos prioritários do mercado brasileiro, como agricultura e pecuária, estão sentindo uma forte queda nas compras chinesas.
No artigo de hoje vamos conversar a respeito do comércio exterior chinês, entender a proporção da rivalidade entre as economias americana e chinesa, e os motivos que levaram o afastamento do país asiático do Brasil.
Se compararmos os números de 2020 com 2021, o comércio internacional da China cresceu 17,8% em outubro. Dado positivo que demonstra o aquecimento econômico não apenas da China, mas de todo o globo.
As exportações do gigante asiático aumentaram 20,3% em comparação com o valor de outubro de 2020, enquanto as importações aumentaram 14,5%, gerando o aumento médio de 17,8% no comércio internacional.
Apesar dos números positivos, os especialistas reagem negativamente ao baixo crescimento chinês. Espera-se que a partir deste semestre aconteça uma desaceleração no crescimento da maior país asiático.
Com o embargo, ou seja, maior dificuldade para a venda de proteína bovina entre Brasil e China, nosso país registra queda de 43% na exportação de carne em outubro para o país asiático.
A China por muitos anos foi um dos principais compradores de carne bovina, suína e de frango. No total, as exportações de carne reduziram 31%. A forte redução é explicada pela suspensão das compras da China, que importa quase metade de toda a carne o que o Brasil envia a outros países.
A interrupção do comércio ocorreu no início de setembro, após o Brasil confirmar dois casos de vaca louca nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso.
A Organização Mundial de Saúde Animal comunicou que as ocorrências no Brasil não representam risco para a cadeia de produção bovina brasileira e o comércio de carne pode continuar normalmente, no entanto, a China mantém o veto até o hoje.
Você leu acima a respeito do atual embargo entre China e Brasil de carne bovina. Para não perder o estoque, os frigoríficos brasileiros estão vendendo mais para os Estados Unidos. As vendas de carne para o maior país capitalista do globo aumentaram 183%, se compararmos com o mesmo período de 2020.
Este aumento nas vendas representa um certo alívio para as empresas daqui. Embora a quantidade enviada aos Estados Unidos corresponda a uma fração dos gigantescos volumes encomendados pela China, os maiores exportadores brasileiros apontam o mercado americano como a principal alternativa no momento.
Afinal, devido à crise econômica nacional, o consumo de proteína animal está desaquecido no Brasil, enquanto outros grandes importadores de carne, como Japão e Coreia do Sul, também não estão permitindo a entrada de carne bovina brasileira.
É certo que a disputa pelo maior mercado consumidor continuará acontecer entre as duas maiores potências do globo. A China teve seu mérito, crescendo vertiginosamente nas últimas duas décadas, abrindo mercado, investindo em infraestrutura logística e financiando países subdesenvolvidos.
Mas os Estados Unidos é o país do capitalismo, do consumo, e por muitos anos, a maior economia do globo.
Um ponto de atenção é o fato de na China não existir democracia, falta de liberdade de expressão e econômica. Apesar dos esforços, este tema sempre virá à tona e causará distanciamento dos demais países desenvolvidos.
Um dos acontecimentos recentes que demonstram a rivalidade entre Estados Unidos e China é a massificação da tecnologia 5G:
Enquanto os EUA pressionam outros países a banirem os equipamentos da Huawei, empresa chinesa que está na dianteira da nova tecnologia, a China diz que o real interesse dos americanos é minar o seu crescimento tecnológico.
Os Estados Unidos dizem que os equipamentos origem China, podem representar um risco à segurança nacional, já que a China poderia utilizá-los para espionagem ou interferir no funcionamento da infraestrutura de outros países. Leia mais sobre este tema clicando aqui.
Aconteceu no início de novembro na Europa a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) onde os principais países do globo estavam presentes discutindo as metas para equilibrar a emissão de carbono na atmosfera, a geração de lixo e poluição. Falamos no nosso blog sobre este encontro, leia mais a respeito.
A situação é que nem os Estados Unidos, nem a China assinaram o acordo previsto de eliminação do uso do carvão até 2030. O carvão é considerado o combustível fóssil mais poluente. Retirá-lo de cena é visto como fator fundamental para alcançar as metas climáticas. Mas, sem a presença de China, Índia e Estados Unidos no acordo, a execução fica limitada. O Brasil não assinou o acordou, pois não utiliza o carvão como fonte de energia principal.
As duas maiores potências mundiais, China e Estados Unidos, estão em um ambiente de negociações difíceis. Desde o mandato do Ex-Presidente Donald Trump que aprofundou (e muito!) o clima de antipatia e a troca de acusações. A pandemia foi o empurrão para amplificar as desconfianças.
Algumas empresas e segmentos, inclusive brasileiros, começam estudar formas de redistribuir sua produção para outros países, principalmente nos continentes asiáticos e americanos.
Não há dúvidas que o comércio exterior é caminho do crescimento. É através dele que a empresa não dependera apenas do fornecimento e consumo nacional. Vamos estudar os próximos passos internacionais da sua empresa? Conte com a maior empresa de consultoria do Brasil! Até o próximo artigo.