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18 de novembro de 2021Crise de energia na China e seus impactos no globo
Imagina você sendo um gestor de uma empresa localizada na China e o governo enviasse um comunicado avisando que a partir dos próximos dias sua empresa só poderá abrir dois ou três dias por semana? O motivo é acrise de energia na China.
Isso está acontecendo realmente em algumas regiões chinesas devido a uma grave crise de energia na China.
Meses de escassez cortaram a eletricidade de famílias no nordeste da China e causaram interrupções em fábricas de todo o país. Mas a demanda por energia segue crescendo por dois motivos: demanda recorde por exportações origem China + previsão de inverno rigoroso no continente asiático.
Ameaça no abastecimento
Uma crescente crise de energia na China está causando apagões em residências e forçando as fábricas a cortar a produção ao longo do país. Problema sério que ameaça desacelerar a economia chinesa e colocar ainda mais pressão nas cadeias de fornecimento do mundo todo. Afinal, estamos falando da segunda maior economia do globo.
Uma crise semelhante a esta aconteceu em junho deste ano no maior país asiático. No entanto, os números só pioram. As indústrias chinesas enfrentam enorme pressão do aumento dos preços da energia e para combater as emissões de carbono. Desde 2011 a China não enfrenta problemas tão graves no seu abastecimento.
Poluição e redução de emissões CO2
A China é considerada o maior poluidor do mundo. E por este motivo, o país está agindo para cumprir a promessa de redução das emissões de carbono, para não atingir o pico antes de 2030.
Isso exige que suas províncias usem menos combustível fóssil para cada unidade de produção econômica, por exemplo, queimando menos carvão para gerar energia. Ao mesmo tempo, a demanda por produtos fabricados na China aumentou à medida que a economia global voltava a aquecer no pós-pandemia. Ou seja, falta insumo para continuar abastecendo o restante do globo.
Expectativas econômicas em queda?!
As últimas notícias levaram os economistas a reduzir as expectativas de crescimento este ano para a segunda maior economia do mundo.
A atual previsão de crescimento chinês em 2021 foi reduzida em meio ponto percentual, para 7,7%. Talvez este número seja ainda menor se o inverno chinês for muito rigoroso.
Como boa parte dos países em desenvolvimento, a China se reergueu no passado de outras crises econômicas investindo em infraestrutura logística, injetando recursos financeiros no mercado interno, fábricas e projetos imobiliários. No entanto, todas estas atividades, precisam de uma enorme quantidade de energia para operar.
Crise de energia na China x Emissões de carbono
Com o foco principal em infraestrutura e construção civil, a China se tornou o emissor recorde de emissões de carbono na atmosfera e gerador de poluição no primeiro trimestre de 2021.
Com a abertura dos mercados no mundo e a alta procura por commodities fez um desbalanceamento entre os mercados ocorrerem. Falamos sobre isso no blog, continue por aqui lendo:
Além desta procura acirrada por matéria-prima, um dos fatores que contribuiu para a crise energética no país asiático foi promessa do presidente Xi Jinping de ter uma China neutra em carbono até 2060.
E com esta meta a cumprir o país segue com restrições da queima de carvão. Obviamente tal atitude terá ganhos inestimáveis a longo prazo, mas a pergunta que fica qual custo o país e o restante do mundo enfrentarão no curto prazo?
O retorno da temida inflação
Infelizmente não é só o Brasil que vive tempos escuros da economia. Outros países também estão em dificuldades de ajustar as contas pós-pandemia. Um deles é a própria China que com escassez de energia elétrica se encontra em uma forte crise industrial.
Os problemas começaram em agosto, quando as quedas e interrupções no fornecimento de eletricidade começaram a afetar pelo menos 20 regiões do maior país asiático, marcando a pior escassez de recursos elétricos do país em uma década.
Tudo isso tem causado uma inflação nos preços do gás natural e da eletricidade no continente europeu, além de afetar a cadeia de suprimentos globais. Afinal, muitos matérias-primas industriais possui origem China, certo?!
Empresas reconhecidas em seus setores, como a Toyota, a Apple e a Tesla diminuíram sua produção devido às dificuldades no setor energético.
O aumento de preços e crise no setor é causado pelos baixos estoques de carvão na China, que é a maior produtora e consumidora mundial, além da falta de incentivo governamental para uso deste material. Somente em 2021, o preço do carvão aumentou aproximadamente 96% na China. A falta de uma das principais fontes de energia da nação provocou uma alta nos preços dos insumos, impactando a produção de alumínio, aço, cimento, entre outros.
Conclusão: Impacto no Brasil e no mundo
Diante de tudo que foi escrito, a tendência é que nos próximos anos a China diminua seu crescimento, caso siga a estratégia de diminuir a poluição. Mas sabemos da capacidade chinesa de se reinventar e inovar, então é interessante observar os movimentos que o mercado dará.
Enquanto isso, no Brasil, o cenário deverá afetar os setores do agronegócio principalmente (e por consequência nosso superavit) que terá dificuldades para comprar fertilizantes, da mineração também, pois deverá enfrentar cotações internacionais em queda e o setor de energia, que será impactado por preços recordes de gás natural. E claro, no setor industrial, que enfrenta alta de preços e escassez de matéria-prima.
Siga acompanhando nosso blog! Até o próximo artigo!